É sério!
Fazia um tempo que queria escrever um posto sobre livros, mas não tinha surgido a oportunidade.
Lembra
quando eu comprei o livro Amor em tempos de cólera, do Gabriel Garcia Marquez? Pois bem a ideia era destruir um certo bloqueio que tenho com relação ao autor. Isso porque desde adolescente eu tento ler
Cem anos de solidão, mas acho tão chato que não consigo sair das primeiras páginas.
E eu já tentei diversas vezes, porque há quem diga que "às vezes não é o momento certo, por isso a leitura não flui". Eu acredito nisso (pelo menos em partes), por isso eu o peguei diversas vezes para ler. Em todas as vezes eu achei chato. Em todas as vezes não cheguei nem na metade. Quem sabe um dia...
Mas eu ia falando do
Amor em tempos de cólera que eu comprei no fim do ano... Comecei a ler logo que comprei. Desisti. Comecei novamente uns dois meses depois. Desisti. Comecei há dez dias atrás e estava começando a achar interessante (ó o progresso!), ainda que a leitura estivesse evoluindo a passos de tartaruga porque: a) ando muito cansada; b) ler quando estou cansada me dá mais sono ainda; c) a história é monótona e dá sono; d) todas as alternativas anteriores. Sim, D.
Agora, os (dois) leitores do blog devem estar pensando: mas o que tem a ver o Jostein Gaarder com isso tudo? Bom, é agora, no meio do tédio criado por Gabriel Garcia Marquez que ele entra, ou melhor, reaparece na minha vida.
Bu!
Tudo começou com
O mundo de Sofia. Olha só:
Comecei a ler o livro ainda adolescente, com uns 13 anos ou 14 anos, se não me engano. Aquela hitória de cartas misteriosas entregues diretamente na casa de Sofia, sem selos, sem nada, com o canto molhado... Enfim, esse mistério me deu um medo inexplicável e parei de ler. Tinha mais medo da história das cartas para Sofia do que de qualquer filme de terror que eu me lembre no momento. Poxa, a menina estava sendo perseguida por algum tipo de pedófilo-filho-de-chocadeira? Não sabia. Não queria saber. Fechei o livro e não pensei mais nele por um bom tempo.
Com uns 22 anos, já na faculdade, eu vi o livro na biblioteca e pensei que ele não poderia mais me assustar, afinal, eu já era uma "mocinha". Levei o livro pra casa,
O mundo de Sofia.
Eu até era uma "mocinha" na época, mas uma mocinha medrosa que também não conseguiu ler o livro até o fim. Ainda que tenha descartado a ideia de pedofilia, tudo ainda era muito estranho.
Eis que em 2010 um fã de Jostein Gaarder entrou na minha vida e se tornou meu namorado. E lá fui eu, tentar ler
O mundo de Sofia mais uma vez. Se eu consegui? Claro que não. Ainda não, mas logo eu termino... (Dei uma parada para ler Amor em tempos de cólera e o resultado disso vocês já sabem).
Na último fim de semana, o Edu-namorado-fã-de-Jostein-Gaarder apareceu na minha casa com um livro chamado
A biblioteca mágica de Bibbi Bokken (preciso contar quem é um dos autores?), que eu até já tinha dado uma olhada certa vez. Tinha achado um livro "bonitinho", "delicado", baseado em cartas trocadas por dois primos pré-adolescentes, tudo fofo, né?
Fofo uma ova!
Assim como
O mundo de Sofia,
A biblioteca mágica de Bibbi Bokken induz a pobre leitora medrosa ao erro. Dada a delicadeza dos títulos, tudo faz pensar que são livros infantis, mas não são.
O que era um pedófilo-filho-de-chocadeira, agora se tornou uma psicopata-assustadora-de-crianças-comedora-de-livros. Ou talvez Bibbi Bokken seja o pedófilo-filho-de-chocadeira que envia as cartas para Sofia?
Chega, tô lendo muito Jostein Gaarder. E tenho muito medo dele.