Há alguns anos não vivo mais na capital paulista, mas a cidade nunca perdeu o encanto aos meus olhos. É uma paixão certa, dessas cultivada a distância, que o desgaste diário não sufoca.
Ontem fui à São Paulo, a trabalho, e acabei entrando num sebo na praça João Mendes. Literatura clássica brasileira R$1,00. Juro! Não comprei nada, me arrependi. Tinha um livro do Machado de Assis tão antigo que a lateral das folhas estavam comidas pelas traças... Uma verdadeira relíquia. Deveria ter comprado.
Saí do sebo com a promessa de voltar outro dia, com mais tempo, pra fuçar entre as prateleiras e achar os tesouros que devem estar enterrados ali.
Andei sem preocupação, sem neura, sem pressa. E vi tanta gente preocupada, neurótica e apressada...
Caminhei entre a dura poesia concreta de tuas esquinas* apreciando o que São Paulo podia me dar naquele momento. Não cansei, não me chateei. Voltei pra casa feliz, depois do metrô lotado, da rodoviária lotada, do ônibus lotado.
São Paulo pode ser Liberdade, Consolação ou Paraíso... Depende de quem vê!
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* Trechos de "Sampa", música de Caetano Veloso.
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