13.7.09

Da morte

Depois de muito tempo, volto a este espaço. Aleatório. Essa poeirinha xexelenta, perdida no espaço cibernético. Esse blog mais ou menos, sem linha editorial ou motivo específico, sem filosofias profundas e nenhuma disciplina.

Venho apenas para refletir (comigo mesma, sem grandes pretensões) sobre a morte. Na verdade, sobre a vida com a perspectiva da morte.

A certeza da morte não faz as pessoas melhores. Ninguém vive "cada dia como se fosse o último", como vivem alardeando por aí, fazendo pose de herói despojado.

Eu levo meus dias como se tivesse a eternidade à minha frente, sou acomodada assumida. Mas a idéia de morrer me apavora, não tenho vergonha de dizer. Cortei meu dedo outro dia. Acho que rompi uma veia. Pensei que pudesse morrer. Depois passou...

Há pouco olhava meus ratos. Tenho quatro. São dois machos/meninos na gaiola de cima e duas fêmeas/idosas na gaiola de baixo. Quer saber? Eles (as) vivem...

Uma das idosas já passou por alguns procedimentos veterinários, sendo que um deles foi uma cirurgia para a extração de um tumor. Meses depois, apareceram mais dois tumores. Resolvi não mexer e deixar a "natureza tomar conta" (seria a minha escolha se estivesse no lugar dela). Remédios para driblar a dor (que, aparentemente, ela nem sente) e bola pra frente.

Apesar de todas as limitações da idade e da doença eu nunca a vi amuada, pelo contrário! Ela vive cada dia sem saber porque ou para que. Apenas vive, sem a perspectiva da morte, sem a obrigação de viver "cada dia como se fosse o último".

Lembro-me da minha cachorra, que até o último dia de sua vida tentou se levantar, sem saber que aquele dia era realmente o último...

Na real proximidade da morte, qualquer ser humano deixa de viver, desiste.

Quando eu morrer, quero morrer de repente, pra não morrer muito antes...

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