17.5.10

Heaven "or" Hell?

Acabou de ler uma notícia na internet e ainda estou anestesiada. Ronnie James Dio morreu neste domingo, aos 67 anos.

Um dos maiores nomes do heavy metal, que atualmente era vocalista da banda Heaven an Hell, nos deixou após alguns meses de luta contra um câncer de estômago, descoberto em novembro passado.

Mas não me cabe relembrar a sua história, muito menos tecer comentários sobre sua carreia. Estou emocionada, triste, com uma sensação de vazio e arrependimento que só o tempo será capaz de apagar. Pela primeira vez a morte de um famoso chega aos meus olhos em forma de lágrimas...

Dio esteve no Brasil em maio do ano passado e eu não fui ao show. Não quero falar sobre os motivos, mas aquela e, agora sei, última oportunidade que tive de ver este monstro do rock ao vivo, eu perdi. Isso explica a sensação de arrependimento.

Eu me lembro como se fosse hoje o dia em que comecei a escutar rock n´roll, ainda criança me encantei pela música Patience do Guns n´ Roses e aprendi assobiar acompanhando o Axl.

Mais tarde vieram Kiss, Iron, Ozzy, Led, Judas... E vieram Robert Plant, James Heitfeld, Fredie Mercury... E um dia eu percebi que Ronnie James Dio, independente da banda, era o melhor! E isso explica a tristeza que me salta aos olhos...

Coincidência ou não, estava ouvindo Fool´s Overture, do Supertramp, quando li a notícia de sua morte... Oh Everyone was laughing up until the day he died... E isso explica a emoção...

Um dos meus grandes ídolos se foi e sua despedida não terá as pompas outrora concedidas à Michael Jackson, por exemplo, mas não importa, o luto não pode ser um acontecimento midiático. Cada um sente a seu modo o que perdeu. E talvez esta seja a sensação de vazio...

Wendy Dio, sua esposa e empresária, declarou: Today my heart is broken, Ronnie passed away at 7:45am 16th May.



Neste momento, vários corações metaleiros encontram-se quebrados. A sua perda é nossa também, Wendy!

My friends, we're not alone
He waits in silence to lead us all home

14.5.10

Brigit vai às compras!

Acredito que quase todos os moradores de Indaiatuba conheçam a Brigit.

É um homem que se veste como "mulher", roupas extremamente curtas e justas, mas não é simplesmente um travesti. Brigit transcendeu todas as classificações conhecidas pela psicologia, ela é única!

Seu andar é inconfundível, sempre rápido e com os braços levemente dobrados e com um movimento característico a cada passo.

Lembro-me de uma vez que a encontrei num ônibus, vindo de Campinas para Indaiatuba. Ela estava irritadíssima com o atraso do ônibus e por conta disso resolveu que todos os passageiros eram culpados. Brigit gritou com o motorista, com o cobrador, procurou apoio de outros passageiros (sem resultado), até que resolveu fazer comentários preconceituosos contra dois negros que estavam no ônibus. Fiquei furiosa e meu pensamento desceu para as cordas vocais e saltou da minha boca... Não fosse a intervenção de um passageiro, Brigit teria me quebrado a cara.

Mas ela não guarda mágoas, aliás, acredito que ela nem se lembra das pessoas.

Tempos depois, acompanhando uma pessoa no hospital, tive a felicidade de encontrar a figura na sala de espera. Ela aguardava o atendimento e a consequente solução de uma cólica menstrual que a acometia. Estava também esperando o namorado que viria de Curitiba para buscá-la. Claro que ela puxou assunto comigo. Claro que eu respondia monossilabicamente. Claro que ela nem se importou e continuou falando horrores.

Esta semana foi a vez de encontrá-la fazendo compras.

Cheguei na loja que costumo ir quando preciso comprar algo e ouvi uma voz conhecida. Alto nível de decibéis. Ela estava lá, verificando os modelos recém-chegados da loja.

Algumas vendedoras riam escondido (sim, porque pra rir na cara dela é preciso muita coragem, ela é quase uma mulher, mas briga como homem), outras fngiam que aquilo não estava acontecendo.

Aparentemente Brigit não gostou da coleção outono-inverno e, pra falar a verdade, eu também não, por motivos diferentes, claro.

Eu tenho muito frio, preciso de roupas mais pesadas. Brigit, por sua vez, achou a coleção muito "fechada", sem "decotes". E com uma loja daquelas não tinha uma mini-saia amarela?

Brigit se foi, frustrada.

Logo depois eu a avistei saindo de uma loja de lingeries gritando. Não sei se a expulsaram, se alguma coisa a ofendeu ou se simplesmente não estava achando a mini-saia amarela em lugar nenhum.

Brigit é um mito indaiatubano.

Minhas sinceras homenagens à ela.

10.5.10

Manowar - O show que não aconteceu!

Eu não vou tentar fazer uma resenha do show, deixo isso para os profissionais capacitados e muito mais criativos e talentosos que eu, como este aqui, por exemplo. O que vou escrever está mais para um desabafo que para um trabalho jornalístico.

Na última sexta-feira, 07.05, eu, assim como centenas de fãs da banda Manowar partimos para o show que ocorreria no Credicard Hall-SP. Doze anos depois da última visita, "The Kings of Metal" estavam de volta...

Confesso que comecei a contagem regressiva para o show assim que peguei meu ingresso na Ticketmaster, mas meu coração começou a acelerar mesmo na segunda-feira de manhã, quando recebi o e-mail de um amigo empolgadíssimo com o show. Sim, faltavam 4 dias...

Na sexta-feira estávamos lá, no horário e local combinados para assistir o que deveria ser o "show da vida" de muitos fãs que ali estavam... Mas não aconteceu.

Assim, os caras estavam lá, o show começou um pouco atrasado, mas tudo bem, era Manowar!

Eis que o show foi acontecendo e a esperança de ouvir os grandes clássicos da banda foi se esvaindo a cada música.

O show estava um porre. Joey DeMaio teve seu momento stand-up sem muito sucesso (um amigo até dormiu) e o setlist não estava agradando.

Achei que a chata era eu, mas comecei a reparar na platéia... O que era para ser um mega show com fãs delirando era agora uma grande casa com centenas de pessoas paradas olhando para o palco com uma expressão de extrema decepção.

A minha certeza do descontentamento geral se deu quando, quase no final do show, ouvi um cara atrás de mim gritar: "Manowar, vai tomar no cu!". Eu apenas sorri e tentei procurar o autor da frase para expressar minha solidariedade, ainda que fosse com um olhar...

Fui pegar uma cerveja, tentar afogar um pouco as mágoas, e no bar o comentário era geral: "E os grandes clássicos da banda?", "Não vão tocar Battle Hymn, Blood of my enemies, Brothers of metal?????". Não!

Saí de lá com uma sensação estranha, meio órfã (e olha que eu nem me considero fã "doente" da banda!). Ouvi comentários de fãs rasgando camiseta da banda na calçada, gente xingando e querendo o dinheiro de volta...

Pela primeira vez assisti a um show e tive a sensação de sair dele gostando menos da banda.

Manowar decepcionou, e aqueles fãs que esperaram 12 anos pra ver um PUTA SHOW, continuam esperando... Quem sabe na próxima década... Quem for me conta!

Ei, Manowar, vai tomar no cu!