24.1.10

Aqueles de outros tempos

Eu guardo coisas antigas, lembranças... Meu diário, que nunca escrevi, se resume numa caixa de palitos de sorvete, lacrada com uma fita vermelha, na qual guardo lembranças em forma de papéis e cartas antigas.

Eu já revirei minhas lembranças e fotos em momentos de tristeza e nostalgia, mas hoje é diferente. Hoje o passado trancafiado nessa caixa não me incomoda, pelo contrário. Percebi que guardo coisas valiosas de pessoas que eu nem sei mais onde e como estão, mas as memórias continuam lá.

Tudo que encontrei ao abrir a caixa faz parte de um tempo bem vivido. Lá dentro há um pedacinho de muitos amigos de infância, trechos de bons momentos vividos com amigos na minha adolescência, pedacinhos de amor e carinho recíprocos e eternos com pessoas que não vejo há anos. E essas lembranças não doem, não vão doer nunca.

Encontrei cartas de amigos de infância, de uma época em que os e-mails e todo o universo cibernético não faziam parte das nossas vidas. Cartas feitas à mão, desenhadas com canetas coloridas e lápis de cor. Há um certo romantismo nelas que, ainda que os avanços tecnológicos persistam, o tempo não vai apagar.

Há bilhetes e cartas trocadas durante as aulas na época do colegial. Há lembranças de pessoas que sumiram do mapa e de outras que ainda estão ao alcance dos meus olhos (ou do meu orkut...rs.).

Aí, ainda que o passado não machuque, vem a saudade, a curiosidade. "Por onde andará o fulano? Éramos inseparáveis quando crianças..."; "E a Cicrana? Sei que se formou em jornalismo mas, o que estará fazendo?"; "Esse aqui eu sei onde está, mas gostaria de vê-lo mais".

E penso, depois dessa sessão nostalgia que talvez a tecnologia, ainda que não tão romântica, consegue aproximar as pessoas... Mas, será mesmo?

Eu queria ter mais tempo para reunir as pessoas que me fazem falta. Queria poder rever meus amigos de escola mas sempre que tentamos marcar um encontro, tem sempre quem não possa. O orkut, o msn, não substituem o abraço, o olho-no-olho, o cheiro, as risadas e os papos saudosistas sobre um passado comum à todos. Quem sabe um dia...


20.1.10

À espera de um milagre.

Dia de "Super Gêmeos: ativar" no escritório. Funciona assim: Tudo que precisa ser feito na rua, nós vamos acumulando (empurrando com a barriga é a expressão mais correta) e, quando a água bate na bunda não dá mais, minha chefe e eu nos dividimos, cada uma para um lugar e uma missão diferente.

Hoje, a missão estava mais para gincana. Nós deveríamos sair do escritório, cumprir alguns obstáculos na rua e nos encontrarmos no Forum à 15:00 para tocar o sino de chegada duas audiências.

Saí da Vara do Trabalho (era o meu último obstáculo) as 14:55. Cinco minutos para chegar no Forum e um tiozinho de mercedes na minha frente, no MEIO da avenida, de modo que eu não poderia ultrapassá-lo de nenhum lado. Ele dirigia devagar (mesmo), a uns 20km/h. Ok. Respirei fundo e pensei que não poderia fazer mais nada naquele momento, melhor esperar com tranquilidade... Tá, é mentira! Fiquei gritando sozinha e gesticulando (sem gestos obscenos, por enquanto), esperando que, ao menos, ele olhasse no retrovisor e me desse passagem. Nada. Tiozinho da mercedes passava leeeeentamente por cada imperfeição do asfalto (começaram os gestos obscenos). Ao avistar o Forum, vi uma vaga e entrei (tchau tiozinho-lesma-dos-infernos), aliás, estacionei no mesmo lugar daquele dia em que quase entrei no carro errado.

Saí do carro, atravessei a avenida e, já no canteiro central, fiquei na dúvida se tinha trancado o carro. Acionei o alarme. Abri e fechei o carro de novo. Ok. Atravessei a outra avenida. Já quase em frente ao Laranjinha (Lembram? O vendedor de suco que deve me achar maluca, do mesmo post linkado acima), eu percebi que tinha esquecido algumas pastas no carro. Voltei. Peguei as pastas, canteiro central de novo, dúvida se tranquei ou não o carro, aciono o alarme, abre e fecha duas vezes (sim, deve ser TOC). Tudo certo. E o Laranjinha me olhando meio de canto... Whatever... Até parece que ele só vê gente normal por ali.

Dentro do Forum, aquele clima amistoso de pré-audiência. Uma das audiência tinha sido remarcada, a outra, o réu não apareceu, só o advogado lá, com cara de sei-lá-o-quê.

Mas agora vem a parte emocionante (?). Como já estava lá mesmo, resolvi dar uma olhada nuns processos, ou melhor, tentar. Minha chefe? "Beijinho, te vejo amanhã no escritório" e vazou!

Encostei a pança no balcão da Segunda Vara Cível de Indaiá-City (meu segundo inferno na Terra; o primeiro é a Receita Federal de Campinas) e fiquei lá, esperando.

Enquanto esperava fui pensando nas habilidades que eu adquiri e nos passatempos que inventei nos períodos de espera nos balcões de Foruns desse "mundãodemeudeus". Olha só:

1. Batuque com a ponta dos dedos, fraquinho e sem bater as unhas pra não irritar ninguém. Até aí muito simples... MAS, eu consigo bater cada mão num ritmo completamente diferente. E uso até o dedão!

2. Contar quantas pessoas com "cara de parte" (um dia eu falo delas) chegam no balcão com a pergunta "Aqui qué u Fóru?". Penso em responder "Não, aquela placa de aproximadamente 12 metros lá fora escrito FORUM é uma pegadinha", mas deixo quieto. Já estou pensando em fazer um controle numa planilha, com um gráfico no fechamento do mês!

3. Cronometrar quanto tempo o segurança fica sentado sem se mexer. Ele tem superado seus próprios records! Talvez um dia eu sugira um campeonato entre o segurança da manhã e o da tarde. Façam suas apostas! (Dica: o favorito é o da tarde)

4. Puxar assunto com desconhecidos. Claro que o foco da conversa é sempre algo do tipo: "Que coisa, não?", "Os processos não andam mesmo" ou ainda "Tenho um caso em Xixirica do Oeste e lá é bem pior"... Papinho típico de fila de banco, manja? Fala-se sobre nada e chega-se a conclusão nenhuma.

5. Conceito de solidariedade em estado de calamidade pública. Pode ser o mais arrogante dos causídicos, mas no balcão do Forum todo mundo é igual. Os coitados colegas de profissão estão quase sempre dispostos a ajudar, se não estiverem em seus passatempos solitários e secretos, óbvio. Não vou me espantar o dia que essa ajuda chegar ao cúmulo de "Por favor, depois de uma semana aqui a bateria do meu celular acabou... Posso usar o seu pra pedir uma pizza?" ou "Se passar perto da minha casa, por favor, me traga roupas limpas!"

Agora me ocorreu a idéia de levar o jogo "imagem e ação" toda vez que for ou Forum. Vai ser legal ver a galera, toda social, gritando: Duas palavras! Jóia? Jooo.. João (isso) Joãããooo BOBO! João-bobo! Isso! E a volta olímpica pelo saguão!

E é por essas e outras que eu me divirto quando vejo um e-mail que recebi meses atrás, sobre a semelhança entre os advogados e as putas. Dá uma olhada:

O QUE É SER ADVOGADO:

1- Você trabalha em horários estranhos. (como as putas!)
2- Te pagam pra fazer o cliente feliz . (como as putas!)
3- Seu trabalho sempre vai além do expediente. (como as putas!)
4- Você é recompensado por satisfazer as fantasias mais absurdas do seu cliente. (como as putas!)
5- Seus amigos se distanciam e você só anda com outros iguais a você. (como as putas!)
6- Quando vai ao encontro do cliente, você tem de estar sempre apresentável. (como as putas!)
7- Mas quando você volta, parece saído do inferno. (como as putas!)
8- O cliente quer sempre pagar menos e quer que você faça maravilhas. (como a s putas!)
9- Todo dia, ao acordar, você diz: "NÃO VOU PASSAR O RESTO DA VIDA FAZENDO ISSO" (como as putas!)
10- Apesar de tudo isso, você trabalha com prazer. (como as putas!)
11- Às vezes, você tem diminuir o valor dos honorários para conseguir um novo cliente. (como as putas!)
12- Você não quer que seus filhos sigam a mesma profissão. (como as putas!)
13- Quando perguntam no que você trabalha você tem dificuldades para explicar. (como as putas!)
14- 60% do trabalho depende da boca. (como as putas!)
15- E, ao final, todos dependem, e muito, de qualquer VARA. (como as putas!)


That´s all folks!

19.1.10

Sim, crônicas!

Eu tenho insônia. Uma insônia quase forçada, mas tenho.

Não sei em que momento da vida eu percebi que meu cérebro funcionava melhor a noite, mas sei que acho um desperdício passar a madrugada toda dormindo.

Ocorre que, como a maioria dos mortais, eu preciso me levantar cedo para trabalhar, ou seja, passar a madrugada brincando de coruja não é um hábito muito saudável para quem tem que levantar cedo e aguentar a aporrinhação do dia-a-dia.

Eu tenho muito sono entre as 6 da manhã e 10 da noite, então, se eu conseguir dormir antes das 22:00, ótimo, senão é bem provável que eu fique boa parte da madrugada acordada. Não sei porque, mas é assim que funciona.

Mas eu me controlo. Estabeleci uma meta que, se não aparecer nenhum sinal de sono até as 2 da manhã, eu deito mesmo assim e me forço a dormir... Pois bem, é aí que começa o poblema.

Sim, além da insônia há um outro problema: ao invés de contar carneirinhos eu fecho os olhos e fico imaginando histórias, personagens, conflitos. É como se eu abrisse um livro dentro da minha cabeça, como uma criança que precisa ouvir um conto de fadas antes de dormir só que, no meu caso, o conto (nem sempre de fadas) é meu, a história e o fim só dependem de mim.

Muitas vezes, na parte mais emocionante, o sono vem, mas eu o espanto para que eu possa terminar a história que está rolando na minha cabeça. Eu sei que é estranho e você deve estar se perguntando: "Você começa a história pra tentar dormir e depois espanta o sono porque quer terminar a história?" Sim, é isso mesmo! E é algo quase patológico. Chego a acordar frustrada se me lembro que não consegui terminar a história do dia anterior porque sei muito bem que dificilmente vou lembrá-la na próxima noite.

Enfim, no meio de tantas histórias (e insônias), eu decidi que queria colocá-las (as histórias) no papel, ou melhor, num blog. Foi assim que nasceu Aquele das Crônicas.

Seu primeiro texto, postado aqui, foi um ante-projeto. Alguns amigos gostaram e eu decidi que queria mesmo fazer isso. Ontem postei o segundo texto lá e outros virão em breve.

O ponto crítico disso é que, como disse, nem sempre eu lembro da história no dia seguinte o que certamente me fará levantar de madrugada e ligar o computador ou, no mínimo, caçar papel e caneta pra anotar.

Então, se me verem andando por aí como um zumbi, com olheiras enormes, já sabem o motivo!


Não me olhe assim!
A culpa é das crônicas.

17.1.10

Quase Crônica - Ante-projeto de novo blog

Fazia pouco tempo que se conheciam, mas não tinham dúvidas, aquele momento escolhido ao acaso pelo destino era o momento certo.

Saíram para caminhar entre as árvores. A intenção era deitar debaixo de uma árvore aconchegante, cada um com seu livro. Ele, com "O Universo numa casca de noz", de Stephen Hawking. Ela, com "Ensaio sobre a lucidez", de José Saramago.

Eram quase iguais, sendo completamente diferentes. Uma versão um pouco distorcida de "Eduardo e Mônica", de Renato. Ele, mais culto, pós-graduado, responsável. Ela, sem compromisso, vivia no happy hour com os amigos.

Andaram por vários minutos, de mãos dadas, conversando sobre o tempo, livros, árvores e amores perdidos. Ela era sua namorada, mas ele não era o namorado dela. Confuso demais. Ele queria amar, ela preferia um futuro mais estável que o amor, ainda que fosse solitário. Ele sabia.

Tomou coragem, então. Ele parou à sua frente, ajoelhou-se e começou a recitar um trecho decorado de uma das peças de Shakespeare, isso deveria ser infalível. Ela ria e olhava para os lados, incrédula, envergonhada, feliz.

... E depois da pequena encenação ele soltou: "Quer namorar comigo?"

O fim dessa história é triste e revoltante aos olhos insensíveis. Ela queria, mesmo sem querer. Ou não queria, mesmo querendo. Na dúvida, fugiu.

Mas ele continua lá, esperando por ela.



Ps: O texto não terminou. Espero parcerias para, quem sabe, um dia, trazer de volta a amada ao seu herói.

15.1.10

A quem interessar possa.

Um dia, neste mundo, eu chorei mais do que pensei que alguém pudesse chorar. E pedi ajuda aos anjos, aos santos e a quem pudesse me escutar. Acendi uma vela para Deus, para o Diabo, talvez.

Mas depois eu percebi que as minhas mazelas não são maiores que as mazelas humanas, passando pelo engano, erros e mentiras que fazem qualquer ser humano vibrar de ódio e dor em seus universos particulares, até as grandes catástofres que sensibilizam mesmo sem sensibilizar (hipócritas!). A dor do mundo era minha, mas a minha dor não era maior que as dores do mundo, ainda que eu pensasse que sim.

E, falando em mundo, certa vez houve a esperança do fim. Nenhuma teoria verosímil, apenas mais uma justificativa para a inércia permanente. Mas o mundo não acabou e as teorias perderam credibilidade, as igrejas perderam fiéis, os intelectuais deram ares de "eu avisei" e os pobres de espírito protelaram a decisão divina de extinção da raça humana. (Pobres seres que se sentem o centro de todo Universo... E onde seria o centro do infinito?).

Certo é (e ninguém parece ter percebido) que o mundo começa e acaba a cada dia e, às vezes, meu amigo, eu estou no grupo dos que começam, em outras, fico ao lado dos que esperam pelo fim. Maldita dualidade! Dualidade esta inerente aos seres conscientes, cientes de suas próprias limitações e do movimento permanente de tudo. Quem é tão certo de seus conceitos, dono de suas verdades, imutável, não pode ser consciente (mas esta é uma opinião minha e que talvez não deva ser levada em consideração).

Mas é isso, por aqui finalizo, pois não tenho a intenção de assustá-lo caso pense em vir nos visitar. Até porque, no fim de tudo, o mundo se atura e finge que se ajuda, o que torna tudo um pouco menos insuportável.

Até breve!

Ps: Espero que entenda alguns conceitos humanos, a começar por Deus e Diabo, desta forma, fica mais fácil entender o motivo de quase tudo.

Pps: Segue a foto de nosso planeta. De longe, ele é lindo... Tinha tudo pra dar certo!



14.1.10

Memórias


"O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto" (Fernando Pessoa)




Inevitável pensar no passado, ainda que não haja nenhuma intenção específica para isso, as memórias simplesmente chegam sem controle e não há nada que se possa fazer.

E o que passou muitas vezes se torna um mistério para nós mesmos... Como agi daquela forma? Era eu mesma naquela situação? O passado se torna tão estranho que não nos reconhecemos nele.

Não vou dizer que gostaria de viver o passado com a maturidade que tenho hoje, clichê demais. Até porque, o que sou hoje é obra exclusiva de tudo que vivi somada a alguma coisa de divino, sei lá. Em tempo, acredito que a maturidade se dá com a atenção plena, em todos os sentidos, em todos os momentos vividos.

Não sei em que momento mudei, nem porque. Duvido que o sofrimento seja a causa, primeiro porque não me considero uma pessoa sofrida, ainda que tenha passado por situações ruins (como qualquer outra pessoa), segundo, porque senti minha vida mudar de verdade a partir do momento em que comecei a me sentir verdadeiramente feliz comigo mesma, sem nenhum motivo especial. Quando isso aconteceu? Não sei precisar... Sei apenas que aconteceu e essa sensação continua viva. Aquela felicidade inventada, acomodada ou até mesmo criada, não existe mais.

Ainda que todas as fases sejam transitórias, o que sinto hoje é mais importante que todo o resto e sei também que um dia isso será bobagem, porque a história continua, mas não o texto.

8.1.10

"Mea Culpa"


Era exatamente sobre isso que eu falava quando deixei meu comentário neste post do Rob Gordon!

Sempre que eu me aborreço ou algum fato estranho acontece comigo eu tenho culpa no cartório. As bizarrices não acontecem por simples ironia do destino, aliás, se eu ficar quieta nada de interessante (?) acontece... Mas a verdade é que eu sempre faço alguma “coisinha”, sempre contribuo pra uma ocasião dessas acontecer.

Outro dia o Itaú me ligou. Eu estava dormindo e minha mãe me acordou pra atender (enorme ajuda dela... foi de sacanagem, tenho certeza!) e eu fui (começou a minha contribuição). A pessoa se identificou e pediu que eu esperasse que ela ia transferir para um consultor e eu ia ficar sabendo o motivo da ligação. Ok, cada uma com o seu papel. Segundos depois eu despertei e pensei: “Perai, eles me ligaram e eu ainda tenho que esperar para ser atendida??? Eu não mereço isso!” Desliguei no meio do refrão da música de espera.

Mas o Itaú é persistente e ligou de novo, mais tarde. Resolvi acabar logo com aquilo e dizer logo que eu não queria o que quer que fosse que eles tinham a me oferecer. Mais uma vez a atendente me pediu para aguardar. Eu? Tive uma pequena discussão com ela sobre o porquê eu deveria aguardar, sendo que eles é que estavam me ligando. Ela falou qualquer coisa e acabou me convencendo a aguardar (o que prova o quanto eu sou vulnerável às pessoas de telemarketing).

Fui atendida uns 4 minutos depois por uma mulher querendo me vender um serviço pluft plact zum (não vai a lugar nenhum) e logo de cara eu disse que não queria. Ela me perguntou se eu não gostaria de, pelo menos, conhecer a enorme vantagem... “Não, não quero!”. Me chateou esperar 4 minutos pra dizer essas três palavras. Muito.

Já no fato abaixo a minha contribuição foi adicionar uma pessoa no meu MSN a qual eu não fazia idéia de quem era. E eu sempre faço isso e não aprendo. É assim, se o nome não tiver nenhuma conotação sexual ou cara de spam, eu adiciono (vai que é alguém que eu conheço e não lembro?). Enfim, adicionei a figura e dias depois me acontece isso:

Ah! E lembre-se:

Nunca forneça sua senha ou o número do cartão de crédito em uma conversa de mensagem instantânea.

Agora que já estão devidamente advertidos, vamos lá...

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
ooiiiiiieeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

Bia diz:
Oi

Bia diz:
Tudo bem?

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
tudo e vc?

Bia diz:
tudo tbm.... posso perguntar quem é vc?

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
como assim? Tá doida?

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
não lembra de mim?

Bia diz:
então, só conheço uma “l...”, mas o sobrenome dela não é “m...”

Bia diz:
desculpa, mas não lembro

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
q “l...”

Bia diz:
vc é de onde?

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
do cuiu

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
hihihihiih

Bia diz:
????

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
kkkkkkkkkkkk

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
rrrrrrrrrr

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
wwwwwwwww

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
vc ta doida ?

Bia diz:
eeeuuu?

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
eeeeeeeeeeeeeeeeeee

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
ñ sabe quem sou eu

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
kd gabi

Bia diz:
não sei mesmo.....

Bia diz:
não conheço nenhuma gabi

Bia diz:
acho que vc se enganou ao add o msn

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
entaoe doida mesmo

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
poe uma foto sua ai

Bia diz:
não dá.... estou numa versão arcaica do msn que não permite visualização de foto

Bia diz:
é só me dizer de onde vc é que, se conheço vc, vou lembrar, certeza

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
entao vou te deleta

Bia diz:
como quiser.....

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
ta

viva todos os dias como se fosse o utimo diz:
xau


* O nick dela era esse mesmo, “viva todos os dias como se fosse o utimo” (melhor não!), mas o nome dela, do endereço de e-mail, foi trocado para “l...” e “m...”, no intuito de preservar sua identidade. Todo o resto foi mantido conforme o ocorrido e é verídico.

7.1.10

"Distração é eufemismo" ou "Maldita genética"


Depois de ter entrado até as coxas num rio achando ser uma rua alagada na noite de reveillon, hoje me acontece um fato típico de meu pai, por isso o post tem dois títulos. Quem nos conhece sabe que grande parte da culpa por eu ser assim é dele.

Vamos aos fatos:

Fui ao Forum hoje e estacionei na avenida ao lado do portão de entrada, do outro lado, próximo à esquina onde fica um rapaz vendedor de suco (vulgo "laranjinha").

Entrei no Forum, fiz o meu trabalho, aguentei firme o que os advogados aguentam e que qualquer ser humano normal não aguentaria. Saí com aquela sensação de bem estar, de dever cumprido, de "essa merda, só amanhã" e fui para o carro.

Atravessando a rua, apertei o botão do alarme e ouvi o "pi-pi" habitual. Eis que chego no carro e percebo arranhões estranhos na porta, arranhões novos e mais profundos do que os já existentes. Praguejei. Não que eu dê muita importância para a lataria de um carro, mas riscar a minha porta daquele jeito era muita sacanagem. Passei o dedo pelos riscos pensando em quem poderia ser o imbecil. Um adolescente rebelde? Um motoqueiro sem escrúpulos? Enfim, resolvi deixar pra lá e ir embora... Mas nem tudo é o que parece ser...

Coloquei a mão na maçaneta e puxei para abrir. Nada. A maçaneta está travando mesmo, desde que tentaram roubar o carro. Tentei de novo. Nada.

Acionei o alarme mais uma vez, ouvi o "pi" que fecha, acionei de novo e ouvi o "pi-pi" que abre. Percebi então que as travas, dentro do carro, não se moviam. Cara... começamos o ano bem! Vou ter que abrir com a chave mesmo. (Será que não vai disparar o alarme, visto que, aparentemente, ele não está funcionando muito bem? E se disparar e eu não conseguir desligar? Droga!) Fiquei um tempo pensando sobre isso e na possibilidade de ligar para o meu pai e pedir ajuda.

Olhei para dentro do carro pensando que eu precisava mesmo dar um jeito naquilo. Tinha até um copo do Mc Donald´s no chão e eu nem lembro quando foi a última vez que passei pelo drive-thru. (Esse copo jogado deve ser coisa da Michelle certeza, é típico dela!).

Respirei fundo, coloquei a chave e tentei abrir. NADA! Quase quebrei a chave tentando virar e NADA! (Não é possível que tentaram levar o carro de novo... Ou será que é uma gangue destruidora de fechaduras e que agora conseguiram seu intento?). Minha vontade era surrar o carro e perguntar em alto e bom som porque raios ele não queria abrir. Eu estava furiosa!

Foi nesse momento que eu olhei para o lado e percebi que a placa do meu carro tinha se mudado para outro carro... Será? Óbvio que não! Percebi que estava tentando abrir o carro errado, estava brigando com o carro estacionado na frente do meu (como pode serem tão parecidos?). Lembrei também que mandei o carro pra lavar na segunda-feira passada e nunca que aquele carro sujo poderia ser o meu (muito menos o copo do Mc Donald´s ser da Michelle).

Minha vontade era brigar com o meu carro (por que ele não me chamou?), brigar com o outro carro (que também ficou na dele, dignando-se apenas a não abrir), brigar comigo (porra, não tem nem uma semana a história do rio!)... Olhei em volta para medir o tamanho da vergonha. Quase ninguém na rua, exceto pelo laranjinha que deve ter percebido o erro logo de cara mas também não fez nada. Olhei para ele, dei um sorriso amarelo e fui para o carro (desta vez, o meu mesmo). Entrei com uma gargalhada presa na garganta, mas não podia rir, não podia deixar o vendedor de suco achar que eu era louca... E ele tentava disfarçar, mas ria...


6.1.10

Aquele do Reveillon

Um dia quatro amigas solteiras por opção (deles!) resolveram passar o reveillon na praia, mais precisamente em "Caraguá", assim como cinco meninos (mais tarde seriam seis, contando com o tio) solteiros por opção (delas, é óbvio!). Se conheceram por culpa da chuva torrencial que caía em São Sebastião, cidade vizinha e local escolhido por ambos os grupos para passarem a "virada". Todos confinados debaixo de uma barraca tendo que juntar as mesas para ninguém se molhar. Resultado? Esquece, não vou contar tudo. Foi engraçadíssimo, mas não conseguiria descrever a graça toda em palavras, até porque nem todos que lêem o blog estão alcoolizados o suficiente, mas vou resumir ocultando os nomes para ninguém sair prejudicado, na ordem dos acontecimentos:

1. Duas pessoas saem da festa, depois da virada, no intuito de deixar a bolsa de uma delas no carro (a bolsa molhou muito com a chuva e pesava uns 10 kilos, no mínimo). Eis que no trajeto acabam entrando num rio achando que era uma rua alagada. Isso mesmo, NUM RIO, na intenção de atravessar a RUA ALAGADA! Quando a água atingiu a metade das coxas resolveram voltar e seguir pela ponte. Você deve estar pensando: "Porra, se tinha uma ponte, eles não perceberam que era um rio?". A resposta é simples: "Não". As duas pessoas nem estavam tão alcoolizadas assim, posto isso só resta a opção de que os dois sofrem de deficit cognitivo.

2. Uma pessoa se perde do grupo, perde o tênis e a noção. Anda mais de 10 km e só chega em casa no outro dia, às 10 da manhã.

3. Duas pessoas se perdem para voltar para o carro, andam uns 6 km até perceberem que estavam perdidos. (Sim, esse povo está querendo uma vaga na São Silvestre do próximo ano). Enquanto isso, seis pessoas se espremem dentro de um carro, se escondendo da chuva e esperando os dois perdidos chegarem. Cogita-se a idéia de deixar os dois pra lá e murchar o pneu do outro carro (de propriedade de um dos dois perdidos), mas uma pessoa de coração bonito resolve que é melhor esperar.

4. Churrasco no dia 1, cerveja, caipirinha de caju, cerveja, caipirinha de kiwi (kriptonita), cerveja, qualquer coisa alcoolica dentro de um abacaxi e mais cerveja. Resultado: uma pessoa que não lembra de ter tentado jogar imagem e ação, ter tentado arrancar a roupa e comido um prato de nhoc (que, por sinal, estava maravilhoso... comidinha do tio pra forrar o estômago!).

5. Uma pessoa que tinha decidido trançar a juba pra ir pra praia e resolve, depois de ter bebido um quiosque inteiro, que deveria destrançar tudo. Claro que a tarefa árdua sobrou para três inocentes que tiveram que aguentar frases do tipo: "Por que você está aí parada? Já terminou?" ou "Foda-se se demorar, a outra demora horas pra tomar banho e ninguém fala nada"... Um bom humor de causar inveja a qualquer cristão!

6. Pizzaria em São Sebastião. Pizza baiana, mexicana, levíssimas e alguns passando mal depois.

7. Dia de voltar e um sol do car... Trânsito na serra. Maravilha!

Mas o pior de tudo foi uma pessoa que odeia axé-music (neste caso, eu!), finalizar o primeiro dia do ano num show cuja música principal era algo do tipo: Vou te pegar rá ru!

P.s.: Sim, eu sou a pessoa com deficit cognitivo que entrou no rio. Pronto, falei!
P.p.s: Morrendo de preguiça de escrever, por isso foi resumo do resumo...aff!