Fazia pouco tempo que se conheciam, mas não tinham dúvidas, aquele momento escolhido ao acaso pelo destino era o momento certo.
Saíram para caminhar entre as árvores. A intenção era deitar debaixo de uma árvore aconchegante, cada um com seu livro. Ele, com "O Universo numa casca de noz", de Stephen Hawking. Ela, com "Ensaio sobre a lucidez", de José Saramago.
Eram quase iguais, sendo completamente diferentes. Uma versão um pouco distorcida de "Eduardo e Mônica", de Renato. Ele, mais culto, pós-graduado, responsável. Ela, sem compromisso, vivia no happy hour com os amigos.
Andaram por vários minutos, de mãos dadas, conversando sobre o tempo, livros, árvores e amores perdidos. Ela era sua namorada, mas ele não era o namorado dela. Confuso demais. Ele queria amar, ela preferia um futuro mais estável que o amor, ainda que fosse solitário. Ele sabia.
Tomou coragem, então. Ele parou à sua frente, ajoelhou-se e começou a recitar um trecho decorado de uma das peças de Shakespeare, isso deveria ser infalível. Ela ria e olhava para os lados, incrédula, envergonhada, feliz.
... E depois da pequena encenação ele soltou: "Quer namorar comigo?"
O fim dessa história é triste e revoltante aos olhos insensíveis. Ela queria, mesmo sem querer. Ou não queria, mesmo querendo. Na dúvida, fugiu.
Mas ele continua lá, esperando por ela.
Ps: O texto não terminou. Espero parcerias para, quem sabe, um dia, trazer de volta a amada ao seu herói.
Linda
Há um ano
3 comentários:
Algumas pessoas não voltam...simples assim. E o texto acaba, inacabado.
Ando meio conformista com aqueles filmes que acabam na metade, ultimamente.
Inacabado parece que fica pra sempre...
Acabei de me ler. Na minha história, deu que depois de 2 anos eu finalmente me apaixonei, enquanto ele se cansou e me largou.
Agora, estou em outra história igual. Vamos ver no que dá.
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