29.11.09

O dia em que traí a Saraiva!


Primeiro eu vou contar porque eu gosto tanto da livraria Saraiva:

Moro em Indaiatuba e aqui não tem Saraiva, mas tem Laselva, aliás, tem uma no "Shopping" e uma no centro. Eu não sei se é um problema da rede ou o público indaiatubano que não é muito exigente (ou eu que sou exigente demais) mas, eu nunca encontro nada na Laselva. Eles parecem estar se especializando em livros de auto-ajuda e juvenis.

Certa vez, pensando em preencher uma lacuna na minha vida (ler Cem anos de solidão), fui até a Laselva. Procurei, procurei e nada. Nesse tempo fiquei pensando que seria melhor, talvez, ler outro livro do autor antes de me aventurar em Cem anos de solidão, afinal, eu já tinha tentado por duas vezes e não tinha conseguido. Vi uma atendente simpática e me aproximei:

- Você tem Gabriel Garcia Marquez? (assim mesmo, genérico, a fim de que ela me apresentasse outros títulos, mas talvez a minha pergunta tenha sido dúbia).

A moça procurou no computador, numa pesquisa por "título". Achei que não estava certo, mas como não sou funcionária da loja e não conheço o sistema de busca, resolvi ficar quieta. Ela fez uma cara de "putz, que pena, não tem" e procurou de novo e de novo, mudando a grafia de Marquez para Marques, tirando o Garcia, deixando só o Gabriel, enfim... Não encontrou! Eis que ela se vira pra mim e lança:

- Tem certeza de que o título é esse mesmo?

- Não. Tenho certeza de que este é o autor de vários títulos.

- Ah! É o autor? Perae...

Espero. Afinal de contas ela não tinha obrigação de saber que Gabriel Garcia Marquez era o nome do autor, ela só trabalha na livraria, não é mestre em literatura. Hunpf!

- Olha, não tem mesmo.

- Nada?

- Nada.

Olhei à minha volta de vi a coleção inteira do Augusto Cury.

- Ok. Obrigada.

- Se quiser, podemos encomendar, chega em 7 dias.

- Não. Obrigada.

Depois desse episódio, só entro na Laselva pra passar o tempo, se estiver, por exemplo, esperando o horário do cinema.

Mas, enfim, ontem eu estava em casa fazendo o que qualquer deprê pobre faria: notebook, cama e pijama. E me deu uma vontade louca de estar na Saraiva. Não gosto muito da Fnac e a Cultura, apesar de linda, bem, não é a Saraiva.

Um amigo entrou no msn e, sabendo do meu desejo, manifestou interesse em ir comigo. Ótimo, já tinha companhia, agora era só vencer a primeira lei de Newton (todo corpo em repouso tende a continuar em repouso) e ir. Fomos.

Chegando na Saraira meu coração já começou a disparar. Fico realmente ansiosa antes de entrar, pela perspectiva das maravilhas que encontrarei lá dentro.

Mas, eu não sei se era o estado deprê, o tempo chuvoso ou sei-lá-o-que, perdi o pique rapidinho. De repente, nada mais me interessava. Não conseguia achar um livro que me desse realmente vontade de levar para casa. Passamos mais de uma hora lá dentro e NADA! Desisti e falei pro meu amigo: "Vamos na Cultura". Fomos.

Qual não foi a minha surpresa quando, ao chegar na Cultura, uma prateleira começou a piscar pra mim. Literalmente. Advinhe: Gabriel Garcia Marquez. Escolhi "O amor nos tempos de cólera". Andamos mais um pouco, cheguei a cogitar levar outros títulos mas deixei pra lá. Não estava animada mesmo. A moça do caixa me ofereceu o cartão fidelidade da loja, mas eu não fiz (já tenho o da Saraiva e, fidelidade pra mim é assunto sério).

Voltando para Indaiatuba (sim, estávamos no Iguatemi-Campinas), ouvindo Metallica, eu me perdi. Primeiro nos meus pensamentos e depois (e em consequência disso), no caminho propriamente dito. Quando me dei conta estava indo sentido "Sousas"... Droga!

Fui seguindo os meus instintos (o que não é grande coisa) sem me desesperar, afinal de contas já estou acostumada a me perder. Sempre acontece, se não me perco pra ir, me perco pra voltar.

Alguns minutos depois vejo uma placa "Bem vindo a Valinhos". Entramos em Valinhos, não tinha outra opção. E, como disse meu amigo, Valinhos é uma cidade que você não pode desistir de entrar. Não tinha retorno! Algum tempo depois achamos o retorno e voltamos para a estrada. Não estávamos com pressa mesmo...

Depois de um tempo perdidos (e eu imaginando ser mandinga da Saraiva por eu ter comprado na Cultura) achamos placas indicando "Indaiatuba". Estamos em casa.

Ainda chegamos à tempo de comer e eu conseguir passar na locadora e viver um momento sóacontececomigo.com.br... Mas essa é outra história...

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