3.12.09

Dr. Psiquê

Dia 23 de novembro eu decidi que era hora de consultar um psiquiatra. Os motivos não importam. Peguei o "catálogo" de médicos que atendem ao meu plano de saúde, descartei os que eu já conhecia e não gostei e sobraram quatro de uma lista considerável.

Nos três primeiros que liguei só havia consulta para depois do dia 20 de dezembro. Na minha humilde opinião, psiquiatra deveria atender pronto-socorro porque, dependendo do seu estado, não dá pra esperar um mês... Bom, mas na última tentativa (surpresa!) tinha horário para o dia 01/12, meu aniversário. Não é coincidência, é azar mesmo. Enfim, como eu não estava em condições de recusar a oferta, aceitei.

E no dia 01/12, no horário marcado, eu estava lá.

Enquanto preenchia minha ficha, um homem, pouco mais velho que eu, perambulava pela recepção. Ouvi a recepcionista chamá-lo de Doutor (?). Ele procurava por algo que parecia não estar ali (será que ele é o médico?) e parecia um pouco perdido, transtornado (só pode ser ele, todo psiquiatra é louco!). E era.

Eu não tenho nehum preconceito com médicos jovens mas, para meu psiquiatra eu esperava um senhor de 1/3 de idade, barba e um "ar" de Freud. Tá, ele é psiquiatra e não psicanalista... mas vocês entenderam onde eu quero chegar. Se não entenderam eu explico: o Dr. Psiquê tem idade pra ser meu amigo de bar, uma dessas pessoas que eu poderia encontrar numa balada (se eu as frequentasse) e o "ar" estava mais para Hannibal Lecter.


Conte-me tudo!

Entrei, sentei e tive que expor o motivo pelo qual eu estava ali. Confesso que fiquei desconfortável, primeiro porque meus amigos sabem que eu não sou normal, mas eles descobriram isso sozinhos, eu não contei. Segundo porque eu jamais tomaria um remédio indicado por um amigo de bar, não um remédio de uso controlado pelo menos, no máximo, um dorflex. Terceiro porque ele tinha um olhar "vidrado" e ao mesmo tempo perdido (medo!).

Claro que ele deve ter percebido que eu estava desconfortável mas, ao invés de me oferecer uma cerveja pra relaxar, ele me bombardeou de perguntas. A entonação da voz dele era quase de um serial killer, psicopata, prestes a devorar a vítima que, no caso, era eu.

E eu tinha vontade de dizer: "Olha, eu sei qual é o remédio, eu só preciso da receita, vamos pular essa parte em que você quer saber de tudo (ou me mata!)... Eu saio feliz (e ilesa) e poupamos seu tempo (e minha vida)". 

No fim ele constatou o que eu já sabia (ufa! ele não quis "inovar") e me receitou o remédio que eu já conhecia (ufa! ele não quis "inovar" [2]).

Fui embora, com duas caixas do remédio que ele me deu, esperançosa e sem nenhum arranhão.

O retorno ficou para 05/01 mas, como é de praxe, não sei se vou. Eu nunca faço o "retorno" dos médicos e neste, particularmente, fico com medo de entrar no consultório e surpreendê-lo com a boca suja com sangue do paciente anterior...

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